Quem me acompanha há mais tempo sabe: sou voluntária no Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo. E o que isso quer dizer? Quer dizer que toda terça-feira eu dôo algumas horas do meu dia para ir até o hospital e ajudar quem precisa de carinho e acolhimento, como um dia precisei, incluisve, no mesmo hospital, quando operei da escoliose. No post "Hospital Alemão Oswaldo Cruz: a salvação da minha escoliose" eu conto mais detalhes do dia que operei.
Fato é que fazia muitos anos que eu tinha voltade de fazer trabalho voluntário, mas, com o foco na carreira e em filho pequeno, não conseguia tempo para isso. Até que tudo se acalmou na minha vida e eu tive a oportunidade de me inscrever no programa do Oswaldo Cruz, sendo chamada apenas alguns dias depois para a primeira entrevista. Minha conexão com a coordenadora do voluntariado foi imediata e consegui a vaga, inclusive porque minha ligação emocional com esse hospital é bem forte, por conta de tudo que passei lá nos dias do pós-operatório, e ela gostou bastante disso.
Algumas semanas depois e pronto: já era hora de começar o treinamento para conhecer todas as instalações do hospital, que é enorme. Mais ou menos um mês de andanças por todos os cantinhos, junto com outros voluntários, e assim fiquei pronta para começar a minha jornada por lá. No início, achei que seria alocada para ajudar os pacientes que precisam de informação e companhia para chegar aos consultórios e exames de imagem, porém, fui supreendida com a ótima notícia de que seria dedicada a visitar os quartos dos pacientes internados por conta do meu perfil acolhedor. Algo que eu sempre quis! Então comecei a visitar os quartos de oncologia junto com uma voluntária veterana. Confesso que é bem duro. A tristeza impera e, mesmo quando o paciente não se queixa, sentimos o ar pesado dentro do quarto. Mas quem sou eu para não encarar um novo desafio, né? Fui em frente com toda a minha dedicação e visitei quarto por quarto sem me queixar, só absorvendo conhecimento e tentando ajudar os pacientes com palavras carinhosas, sempre seguindo os passos da outra voluntária, que me ensinou tudo sobre visita aos quartos.
Até que um dia fui chamada pela coordenação, que mais uma vez tinha uma ótima supresa reservada para mim: eu seria "promovida" para ser a primeira voluntária de uma nova dupla que estava sendo formada para a área dos quartos da ortopedia. Agora eu iria ensinar uma outra colega :) E o melhor de tudo, começaria a atuar na ortopedia, que tem muito mais a ver comigo, com meu trabalho de conscientização da escoliose e meu histórico de vida. Hoje já faz alguns meses que atuo nesta área do hospital e estou muito feliz com isso. Consigo dar bons conselhos para quem está internado, escuto histórias inspiradoras, dou risada com pacientes que têm presença de espírito, mesmo em meio ao cenário hospitalar, e aprendo sobre ser uma pessoa melhor a cada minuto que estou lá. É tudo muito inspirador para mim.
Quero trazer estas histórias que escuto e vejo por lá para vocês aqui também. Quem quer ler mais?
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Maravilhosa, se todos pudessem ser assim como você o mundo seria muito melhor