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Livro - A Menina da Coluna Torta, por Julia Barroso
Livro - A Mulher da Coluna Torta, por Julia Barroso
Foto do escritorJulia Barroso

Escoliose e adolescência: como lidar?

Atualizado: 14 de abr.

Sabemos que a escoliose idiopática do adolescente, aquela sem causa definida e que começa na puberdade (descobri a minha aos 11 anos de idade), é a mais comum entre as escolioses. Um cenário que já é caótico, por conta dos hormônios, descobertas e de muitas questões pessoais, piora bastante quando recebemos um diagnóstico que mexe diretamente com nosso corpo e nossa imagem. Fora que, a insegurança, uma grande característica desta fase, só aumenta ao descobrirmos uma deformidade na coluna, bem quando estamos descobrindo nosso corpo e, de certa forma, o expondo cada vez mais. Como eu passei por isso na pele e recebo tantas mensagens de quem também passou ou passa, resolvi escrever esse post sobre escoliose e adolescência, focando em ajudar com dicas sobre como enfrentar o problema nessa fase da vida.


Aceite a condição

Por mais difícil que seja receber a notícia de que temos a coluna torta e que devemos passar por um longo tratamento, que nunca sabemos se trará resultados de fato, afinal depende de caso a caso, o mais importante de tudo é aceitar que temos a coluna torta. Isso porque, sem aceitação, acabamos nos revoltando e isso só dificulta o inevitável e necessário processo. Então, estude sobre o assunto, leia, se informe, converse, entenda a escoliose e como ela pode afetar a sua vida. Isso ajuda a diminuir a ansiedade e permite uma participação mais ativa no próprio cuidado.  


Foque na comunicação aberta

Como eu escrevi no ponto acima, converse sobre a escoliose com suas amigas e amigos, pais, familiares, profissionais da saúde e com pessoas que passam pelo mesmo problema que você. Conversar e falar ajuda a desmistificar o problema e a dividir as angústias, o que é bem importante, porque sofrer sozinho é muito pior para a nossa saúde mental, né? Eu sempre coloquei para fora o que eu sentia com as minhas melhores amigas e o apoio delas me ajudou demais a passar pela adolescência de colete ortopédico. No post "A força da amizade" eu mostro mais fotos desses momentos.


escoliose e adolescência
Meus amigos e eu, com colete, em uma viagem para MG

Seja ativo no seu tratamento

A partir do momento que o tratamento for definido, participe de forma disciplinada e ativa, sempre buscando melhorar e com a mente positiva de que você vai conseguir e, no fim, tudo vai dar certo. Não deixe de ir à fisioterapia especializada para escoliose, de fazer seus exercícios em casa, de usar o colete (se for o caso) e de realizar as consultas médicas, como planejado pela equipe de saúde que cuida de você. Enfrente o fantasma de frente com foco e você vai ver que os resultados chegam!


Faça exercícios físicos

A escoliose não te impede de quase nada. Tudo que for conversado e apoiado pelo médico pode ser feito, inclusive esportes e atividade física. Eu mesma nadava todos os dias e praticava tênis duas vezes por semana. Encontre o que você gosta, o que te faz feliz e se jogue (com segurança, claro rs). Pilates, por exemplo, é muito bom para fortalecer os músculos das costas e melhorar a flexibilidade. Mas se a sua pegada for outra, fale com seu médico e vá em frente. Só não fique parado, jamais.


Apoio social

Depois que passar o susto do diagnóstico, o tratamento for definido e você estiver melhor emocionalmente, encoraje outros adolescentes a compartilhar também suas histórias e experiências com a escoliose. Uma rede de apoio é fundamental para enfrentar os desafios emocionais que a deformidade nos traz. Uma comunidade lutando e conversando sobre uma mesma causa é algo muito mais forte do que nós sozinhos. Eu mesma escrevi dois livros sobre minha vida com a escoliose e outros desafios, tenho este blog e ainda meu Instagram, onde falo diariamente sobre o dia a dia com escoliose.


Busque ajuda emocional

Se necessário e possível, faça terapia semanalmente com um profissional de saúde indicado para isso. Ter um psicólogo acompanhando o caso faz toda diferença deste mundo na nossa adolescência com a coluna torta. Com certeza esse profissional vai ajudar a diminuir a ansiedade, além de trabalhar nossa autoimagem e autoestima. No post "Entrevista com a psicóloga Kátia Pacheco sobre escoliose", tem uma série de perguntas e respostas que podem te ajudar.


Escolha roupas de forma consciente

Isso é bem importante para nossa autoestima, principalmente se usarmos colete, que nos limita bastante no uso das roupas que queremos usar. Então, escolha se vestir de forma consciente, considerando a condição que você tem. No post “Colete para escoliose com estilo” trago uma entrevista com uma profissional sensacional, que nos dá dicas sobre essa questão. Vale a pena dar uma lida e aprender uns truques legais para o dia a dia.


Cada caso é único, então é importante adaptar essas dicas para a sua realidade, tá bom? Você tem outras dicas para compartilhar? Comenta aqui!

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