Bastante comum, porém pouco falada. O "S" da vergonha entre os adolescentes. Temida, mas ainda assim velada. Motivo de desespero dos pais que descobrem no susto. Estamos falando da escoliose. Mas o que é isso mesmo? A maioria da população ainda não sabe e olha que 1 em 40 pessoas no mundo tem o problema. Então vamos lá, vamos falar sobre as cinco principais dúvidas da escoliose e como você pode ajudar:
O que é a escoliose?
É uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco com rotação das vértebras. A principal característica da escoliose é a presença de uma curvatura lateral no plano tridimensional (esquerda/direita, frente/costas e ao redor do próprio eixo), o que gera a aparência de um "S" ou "C" (em caso de uma única curva.) A deformidade pode se agravar e causar deformidades irreversíveis na coluna, propiciando uma série de outros problemas. Segundo a OMS, a escoliose afeta de 2 a 4% da população mundial.
É possível corrigir a escoliose?
Sim, e quanto mais cedo for diagnosticada, maior a chance de reverter o desvio. Por isso, é muito importante ficar de olho nas crianças e pré-adolescentes, pois é quando tem início a escoliose idiopática - a mais comum e de causa desconhecida. Segundo o Dr. Alexandre Fogaça (Chefe do Grupo de Coluna do IOT HC FMUSP, Professor da FMUSP, médico do Grupo de Escoliose e outras deformidades da coluna da AACD), é possível tratar a escoliose de duas formas, dependendo do caso:
- Tratamento conservador: observação da evolução das curvas menores de 20 graus por meio de exames periódicos e uso de coletes ortopédicos para curvas entre 30 e 40 graus.
- Tratamento cirúrgico: deve ser baseado na história natural da deformidade e o potencial de complicações que ela trará para a vida adulta do paciente. As indicações são: progressão da curva em crianças em crescimento e deformidade maior de 50 graus.
Ainda falando de tratamento conservador, outro ótimo recurso é fisioterapia, que muitas vezes é indicada para pacientes que ainda não são cirúrgicos.
Como saber se a escoliose é grave?
Pelos graus medidos pelo ortopedista por meio do exame de raio-x. Segundo o Dr. Carlos Eduardo Barsotti, médico especializado em ortopedia, com enfoque em cirurgias ortopédicas de alta complexidade, atuando no tratamento de deformidades na coluna vertebral, estes são os graus de escoliose, que vão influenciar diretamente no tratamento mais apropriado:
10 a 25 graus: grau leve, exigindo realização do tratamento fisioterápico;
25 a 30 graus: grau médio, exigindo fisioterapia e uso do colete ortopédico;
40-45 graus: grau elevado, exigindo fisioterapia e uso do colete ortopédico;
40-45 a 50 graus: grau mais severo, com correção por cirurgia.
Como fica uma pessoa que tem escoliose?
De acordo com o Dr. Drauzio Varella, pessoas com escoliose apresentam o corpo inclinado lateralmente. Dos estágios iniciais da doença até o período final do crescimento, as dores nas costas costumam ser leves. Com a evolução da doença, porém, o grau dos desvios no tórax pode aumentar e promover alterações em outras estruturas anatômicas. Nesse caso, as dores ficam fortes e a doença pode tornar-se grave e incapacitante.
Quais são os tipos de escoliose?
Segundo o Dr. Helder Montenegro, presidente da Associação Brasileira de Reabilitação de Coluna – ABRColuna, exitem quatro tipos de escoliose principais: congênita, idiopática, neuromuscular e degenerativa.
- A escoliose congênita está presente no nascimento e é causada por uma malformação da coluna vertebral. Esse tipo de escoliose é relativamente raro, respondendo por apenas cerca de 1% de todos os casos.
- A escoliose idiopática é o tipo mais comum, representando cerca de 80% de todos os casos. Ela se desenvolve tipicamente na infância ou na adolescência e não tem causa conhecida.
- A escoliose neuromuscular é causada por uma condição neurológica ou muscular, que leva a um desequilíbrio nos músculos que suportam a coluna vertebral. Isso pode resultar em uma curva da espinha dorsal.
- A escoliose degenerativa é um tipo de escoliose que se desenvolve na vida adulta. É, geralmente, causada pelo desgaste da coluna vertebral, que pode levar ao desenvolvimento de uma curvatura.
E como você pode ajudar para que a escoliose seja mais conhecida na sociedade de uma forma geral?
Compartilhando conhecimento! É simples, não custa nada e você pode atingir muitas pessoas que estão precisando.
Vem com a gente nessa conscientização?
Excelente , muito esclarecedora, muito importante!! Parabéns Julia e a todos que ajudam e que passam por isso. Vamos avante, a união faz a força