Muito falamos em escoliose idiopática do adolescente, pois é a mais comum de fato. Porém, existe um outro tipo, que merece toda nossa atenção: a escoliose neuromuscular.
Este tipo de escoliose é bem complicada, porque ocorre como resultado de distúrbios neurológicos ou musculares, que afetam o controle dos músculos que sustentam a coluna. Algumas causas da escoliose neuromuscular são:
-Paralisia cerebral: uma condição que afeta o controle muscular e o movimento, geralmente causada por danos cerebrais ocorridos antes ou durante o nascimento.
-Distrofia muscular: um grupo de doenças genéticas, que enfraquecem gradualmente os músculos do corpo.
-Mielomeningocele: também conhecida como Espinha Bífida, é uma doença neuromuscular onde os ossos da coluna e a medula não se formam de maneira normal, tendo uma falha na formação dessas estruturas. Isso ocasiona pouco controle nos músculos da coluna e membros inferiores, causando, portanto, a escoliose.
-Lesões na medula espinhal: danos na medula espinhal devido a acidentes ou traumas que podem afetar a função muscular e o controle postural.
-Poliomielite: uma doença viral que pode afetar os nervos motores e levar à fraqueza e paralisia muscular.
Aprendi no II Simpósio Internacional de Escoliose AACD, que os pacientes de escoliose neuromuscular apresentam alguns fatores de risco que precisam de muita atenção da equipe que os acompanha, como: dificuldade de ganho de peso, maior propensão para lesão de pele, dificuldade de cicatrização, maior risco de infecção, disfunção intestinal, medula mais presa, rápida evolução das curvas e comprometimento funcional importante.
O tratamento depende de caso a caso e a decisão de realizar a cirurgia para pacientes com escoliose neuromuscular é baseada em vários fatores, incluindo o grau e progressão da curvatura, a idade do paciente, a presença de sintomas e complicações, a capacidade funcional geral do paciente e a resposta a outros tratamentos conservadores. A cirurgia geralmente é considerada quando o desvio é grave e está progredindo rapidamente, ou quando a curvatura está causando complicações significativas, como dor crônica, dificuldade respiratória, restrição do movimento, comprometimento da função cardíaca ou compressão de órgãos internos. A decisão de realizar a cirurgia também pode depender da idade do paciente, pois em casos de crianças em crescimento, pode ser essencial corrigir a curvatura para evitar problemas de saúde a longo prazo.
Antes de recomendar a cirurgia, os médicos podem tentar abordagens conservadoras, como fisioterapia, exercícios específicos, uso de coletes ou órteses, e medicamentos para controlar a dor e inflamação. No entanto, se essas medidas não forem eficazes ou se a curvatura continuar a piorar, a cirurgia pode ser considerada.
É essencial que o paciente e sua família discutam todas as opções de tratamento com uma equipe médica especializada em escoliose neuromuscular para tomar uma decisão informada. Cada caso é único, e a escolha de proceder com a cirurgia dependerá das características específicas do paciente, da gravidade da condição e dos riscos e benefícios associados ao procedimento.
Espero que com esse post eu possa ter passado para vocês informações importantes sobre essa condição tão grave, que precisa de nossa atenção!
Até a próxima, pessoal!
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