A coluna vertebral pode ser dividida em três regiões principais, considerando onde as vértebras ficam localizadas: cervical (parte de cima), torácica (meio) e lombar (parte de baixo). Hoje, vamos falar especialmente da escoliose lombar, que acontece justamente na região inferior da coluna, entre as vértebras L1 e S1, e pode causar muito incômodo para o paciente.
Quando descobri minha escoliose aos 11 anos, eu tinha uma curva da torácica e outra na lombar. Com o tratamento por meio do colete junto com fisioterapia na água, conseguimos reduzir a curva da lombar para quase zero, porém a curva de cima compensou e aumentou bastante. Na hora que recebemos essa notícia ficamos bem assustados, mas ao longo do tempo, entendemos que melhorar a lombar foi uma vitória, principalmente por conta da cirurgia que eu teria que encarar. Isso porque essa região é uma das áreas mais flexíveis da coluna, responsável por muitos movimentos da inclinação do tronco e, na minha cirurgia, essa parte da coluna foi preservada, me deixando com os movimentos totalmente livres.
Mas o que é a escoliose lombar?
Assim como a escoliose torácica, a escoliose lombar é uma curvatura anormal da coluna vertebral, porém nesta região inferior. Leia esse post bem completo que fiz para entender, de forma simples, o que é a escoliose.
Caso você esteja sentindo dores na lombar, perceber uma perna maior que outra ou assimetria no quadril, procure um médico ortopedista especialista em coluna para verificar se é escoliose, uma vez que os sintomas iniciais são esses.
E o que causa a escoliose?
Muitos estudos já relacionam a escoliose com genes, mas ainda temos muitas perguntas sem resposta. A escoliose pode surgir de várias formas:
Causa desconhecida: segundo a OMS, essa é a escoliose mais comum (representa 80% dos casos) e a chamamos de idiopática (a mesma que eu tenho). Ela pode surgir na infância (antes dos 3 anos de idade), na juventude (entre 4 e 10 anos) na adolescência (depois dos 10), quando começamos com o pico do crescimento. Essa escoliose costuma ter uma progressão bem rápida e acomete sete vezes mais as meninas que os meninos.
Congênita: essa é a escoliose que já nasce com a pessoa. São deformidades tridimensionais da coluna devido a alterações da formação vertebral, segmentação vertebral ou suas combinações, que surgem devido ao desenvolvimento vertebral anormal durante a quarta a sexta semanas de gestação.
Neuromuscular: este tipo de escoliose é bem complicada, porque ocorre como resultado de distúrbios neurológicos ou musculares, que afetam o controle dos músculos que sustentam a coluna. No post "A escoliose neuromuscular" tem mais informações sobre a condição.
Quais são as formas de tratamento?
O tratamento da escoliose lombar, assim como a torácica, também varia de acordo com a gravidade da condição. As opções de tratamento são:
Observação: em casos muito leves, a escoliose pode ser observada para monitorar sua progressão. Importante ressaltar que o acompanhamento com o médico deve ser muito frequente e comprometido, já que a curva pode aumentar consideravelmente, de forma bem rápida, principalmente em crianças e adolescentes.
Fisioterapia e exercícios: exercícios especializados para escoliose podem ajudar a estabilizar a curva e fortalecer os músculos da região para melhorar a sustentação.
Órteses: os coletes podem ser usados para fornecer suporte e ajudar a retardar a progressão da curva, principalmente em crianças e adolescentes em crescimento.
Medicação: em alguns casos, medicamentos são prescritos para aliviar a dor.
Cirurgia: em casos graves ou progressivos, a cirurgia pode ser necessária para corrigir a curvatura, mas é o tratamento considerado em último caso mesmo.
Por conta do meu histórico com escoliose severa e progressiva, atualmente, meu filho de 14 anos acompanha a coluna com o Dr. Paulo Cavali, ortopedista especialista em escoliose. Por enquanto não temos nada com que nos preocupar, uma vez que ele tem uma curva de 9 graus na torácica e uma de 8 na lombar. Mas até ele fechar o crescimento, vamos monitorar direitinho para, caso haja alguma evolução, ele ser tratado na hora certa, evitando uma possível piora.
Muito i.mportantes essas explicações, parabéns Juju